Hellboy, Vol. 3: The Chained Coffin and Others

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Senhoras e senhores, fãs do mistério e da paranormalidade, eis que retorno com a saga do nosso demônio favorito, Hellboy, agora em O Caixão Acorrentado e Outras Histórias! Lançado originalmente em agosto de 1998 pela Dark Horse, diferentemente das duas primeiras edições, Seed of Destruction e Wake the Devil, temos agora uma coletânea de aventuras bastante importantes que marcaram a trajetória do nosso herói.

Até entendo a dificuldade dos leitores não iniciados nas peripécias do Vermelhão sobre qual história começar a ler antes, afinal, foram inúmeras aventuras lançadas desde 1994 e, pior, não necessariamente seguindo uma cronologia bem definida. A republicação destas aventuras no formato de Trade Paperbacks (TP ou encadernados) acabou dando uma coerência no todo, sendo a comentada aqui no Ao Sugo. No Brasil, este TP em especial ficou conhecido como Edição Histórica – O Caixão Acorrentado, lançado pela Mythos.

A primeira história da edição se chama The Corpse, baseada em um conto folclórico irlandês chamado Teig O’Kane e o Cadáver, no qual o Vermelhão se depara com as figuras mitológicas conhecidas como Changeling, goblins sequestradores de criancinhas. Para ajudá-lo em sua jornada, Hellboy acaba arrastando para lá e para cá um cadáver nas costas em uma quest deveras macabra. Para quem não sabe, foi esta história que inspirou situação semelhante no primeiro filme da franquia, quando Hellboy carrega um cadáver russo nas costas para ajudá-lo a desvendar o mistério de Rasputin.

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A aventura prossegue em duas histórias curtas, Iron Shoes e The Baba Yaga, sendo o primeiro bem curtinho também ancorado no folclore irlandês. Já o segundo é bem mais emblemático, pois conta a bizarra história da feiticeira russa que aparece em várias edições de Hellboy ajudando Rasputin. É nessa história que aprendemos seus hábitos estranhos e também sobre quando ganha uma inimizade mortal com o Vermelhão.

Apesar de ser outra história curta, A Christmas Underground merece um certo destaque, primeiro pela fusão de várias referências diferentes que resultaram em um conto estranhíssimo. Ao investigar um caso na Inglaterra em 1989, Hellboy encontra uma senhora no leito de morte por razões sobrenaturais, até que percebe no cemitério da mansão uma entrada secreta para um mundo subterrâneo muito, mas muito bizarro. Se me permitem o spoiler, nas catacumbas Hellboy se depara com um príncipe…

A jornada segue com The Chained Coffin, trazendo alguma explicações sobre a origem do Vermelhão. Vocês se lembram que em Seed of Destruction uma das videntes que compunham a equipe de resgate do nosso demônio predileto tinha visto um padre e uma freira no instante em que Hellboy dá as caras? Pois bem, voilá, eis a história dessas pessoas. Em certo momento conhecemos, talvez, os pais de Anung Un Rama, numa reunião de família digna de ceia de Natal.

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The Wolves of Saint August é, definitivamente, uma das minhas histórias favoritas. É nela que conhecemos o passado trágico da cidade medieval de Griart, amaldiçoada por feitos inomináveis da família Grenier. Considero a arte deste conto excepcional, pois Mignola conseguiu trazer uma melancolia no lugar todo, repleto de silêncios e cujas estátuas observaram tudo. Relativamente curto, Os Lobos de Santo Augusto é uma pérola nesta coletânea.

Almost Colossus é uma aventura diretamente ligada aos eventos finais de Wake the Devil, quando Liz Sherman, ao dar a vida ao Homúnculo encontrado no Castelo de Czege, sucumbe e chega à beira da morte ao perder sua chama interior. Nesta história nos conhecemos outro importante personagem da série, Roger, o que terá implicações seríssimas para a participação de Hellboy no BPRD.

O volume três da saga do Vermelhão é repleto de aventuras e momentos fascinantes, mostrando algumas das atividades e investigações do nosso demônio que não puderam ser mostradas nos volumes anteriores. Conhecemos também um pouco mais do gênio e da personalidade de Hellboy, muito mais soturno e introspectivo do que apresentado nos filmes, porém ser perder aquela pitada cômica que já vimos os nas duas primeiras edições.

Com exceção de Iron Shoes, que foi criada apenas como filler para tampar buraco quanto ao número de páginas, todos os contos apresentados aqui merecem atenção. Espero que se divirtam com a leitura e, é claro, deixe nos comentários as suas impressões da série.

Victor Hugo Kebbe, preparado para o fim do mundo

hellboy-chained-coffinHellboy – The Chained Coffin and Others, 1998

Roteiro e Arte – Mike Mignola

Cores – James Sinclair, Dave Stewart, Matthew Hollingsworth

Logotipo – Kevin Nowlan

2 comentários sobre “Hellboy, Vol. 3: The Chained Coffin and Others

  1. Faz uma matéria sobre o retorno da hq Dylan dog…´melhor hq d eterror da europa…e vai voltar a ser publicada no Brasil em 2017.

    1. Opa, Martins!

      Valeu pela sugestão! Vai pra nossa pauta de artigos futuros! De fato, Dylan Dog é muito massa mesmo, estou na espera pro relançamento.

      Abração,

      Victor Hugo

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