Elite Dangerous é, certamente, um jogo fantástico. Contudo, como comentado no IGN em uma review super legal, é um jogo ingrato (expressão minha). Assim como escreveu Rob Zacny para o IGN, eu sinto que não sei muito bem para onde estou indo neste jogo, afinal, é um dos maiores sandbox que existem no mercado. A falta de uma missão única ou de um objetivo épico “de vida” dificulta as coisas ao definir um jogo assim. Talvez seja por isso que Elite Dangerous é um jogo absurdamente inovador.
Neste jogo você tem toda a vastidão da Via Láctea para explorar com sua nave, atuando em contracts ou contratos de trabalho que envolvem o transporte de cargas, coleta de recursos, exploração de planetas e até mesmo combates espaciais por uma ou outra facção interestelar. O grande segredo é que você define o que quer fazer da vida sem estar atrelado ou preso a classes específicas. Assim como em Skyrim, que você vai trilhando sua trajetória conforme desejar, Elite Dangerous é, nesse sentido, ambicioso.
É bem provável que esse seja o charme deste simulador espacial que tanto cativa as pessoas, afinal, é um jogo fora daquele formato padrão dos objetivos específicos para chegar ao fim ou “ganhar” ou mesmo “zerar” a aventura. Elite Dangerous vai além e deixa para cada jogador a possibilidade de escolher o que quer fazer, de onde partir e para onde quer chegar, sendo uma jornada espiritual bastante particular para cada um.
Cada sistema e cada planeta é uma novidade, além dos inúmeros problemas em se viajar pelo espaço. Diferentemente de No Man’s Sky, Elite Dangerous me parece muito mais “SF Hardcore” ao tratar a física como algo mais palpável e próxima do que conhecemos, ou seja, prepare-se para os cálculos de aterrissagem, entrada e reentrada em planetas, etc… É um jogo bastante solitário, pois envolve cruzar vastas distâncias no silêncio do espaço. Os gráficos estonteantes em 4k ajudam a entrar na imersão e a trilha sonora o coloca dentro de uma das melhores aventuras de Ficção Científica já imaginadas. É um dos jogos mais bonitos já feitos, pode confiar.
Esta é uma resenha em progresso, portanto, aguardem novidades por aí. Atualmente estou trabalhando no jogo como mercador, dando ênfase na troca de informações (Boom Data Delivery). Isso acaba afetando as esferas de influência durante o jogo e, ok, os riscos são menores: fui pouquíssimas interceptado por naves inimigas e não tem nenhuma facção atrás de mim. Contudo, o jogo tem lá sua diversão: cada entrada em “warp” (ou “Frame Shift“, no linguajar do jogo) é sempre uma diversão, atravessada por alguns segundos de antecipação, medo e realização.
Demorei para comprar Elite Dangerous e quase pedi o reembolso ao Steam: no começo eu não entendia muito bem para onde estava indo. Dei uma segunda chance e não me arrependo de modo algum, ainda mais depois que adquiri a expansão Horizons, um Season Pass que permite você descer e pousar em planetas e fazer sua exploração com um rover bem bacana. Para os fãs de Ficção Científica mais hardcore, um presente. Para os fãs dos simuladores espaciais, outro. Vale a pena.
Comandante Victor Hugo Kebbe