Star Wars: X-Wing Rogue Squadron

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Spoilers

ATUALIZADO – Victor Hugo, Folor – Depois da decepção que tive na leitura de Star Wars – Marcas da Guerra (Aleph, 2015), decidi voltar os meus e olhos para um dos clássicos romances do Universo Expandido, X-Wing Rogue Squadron (Bantam, 1996), de Michael Stackpole. Hoje o livro pertence ao selo LEGENDS que, apesar de não ser mais canônico, tem uma história extremamente divertida e envolvente.

Para os desavisados de plantão, estou falando do esquadrão de caças da Aliança Rebelde mais famoso de toda a Galáxia Conhecida. Composto por exímios pilotos, esses heróis estiveram presentes nos momentos decisivos da batalha da Aliança contra o Segundo Império Galáctico, como nos confrontos da Primeira Estrela da Morte, Hoth e em Endor.  O esquadrão, anteriormente conhecido como Red Squadron, ganhou seu novo nome no Episódio V, porém a formação dos pilotos, o espírito e o código de ética eram em honra aos seus antecessores.

Michael Stackpole liderou uma série de 10 livros (em parceria com Aaron Alston) e várias edições de histórias em quadrinhos pela Dark Horse contando a vida desses pilotos. Pela primeira vez na história de Star Wars tivemos livros e que não fossem ancorados no eixo heroico Luke-Leia-Han, agora apresentando personagens tão importantes e tão heroicos quanto, mas que não tiveram o devido reconhecimento em tempo de filme.

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A série X-Wing foi baseada não só no jogo para MS-DOS de mesmo nome, mas também no treinamento e vida cotidiana na formação do esquadrão. A proposta era trazer aventuras no estilo Top Gun – Ases Indomáveis, sem a porca discussão política dos episódios I, II e III (na época ainda em estágio embrionário) e sem o mote fantástico-religioso dos Jedi, da Força e do Lado Sombrio. Em X-Wing teríamos homens normais dedicados à eliminação do nefasto Império, como combatentes e paladinos da Liberdade e Justiça.

No primeiro livro o Comandante Wedge Antilles recria o famoso esquadrão na Nova República (6 anos após a Batalha de Yavin), agora tendo que considerar a importância política do grupo para os planetas recém-alinhados. Vários membros de planetas influentes são recrutados para o esquadrão, sem estar baseado, portanto, na habilidade dos pilotos, criando uma variedade de impasses no treinamento e em missões de alto risco.

Amparado pelo Almirante Ackbar, Antilles requisita o auxílio de um ex-membro do esquadrão, o Capitão Tycho Celchu, agora suspeito de espionagem imperial dentro da Nova República. Rapidamente ele conhece ases como Corran Horn de Corellia e Gavin Darklighter de Tatooine.

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Símbolo da Aliança Rebelde e agora da Nova República, o Rogue Squadron é sempre destacado para as principais missões contra o Império, como a destruição, retomada de bases e, principalmente, na conquista de Coruscant, a sede do governo imperial que agora está nas mãos da Chefe da Agência de Inteligência Ysanne Isard. Isard aponta o agente Kirtan Loor para seguir e destruir o esquadrão durante todo o primeiro livro.

Apesar de ser um livro que conta a história do esquadrão em si, temos como protagonista o ex-agente da CorSec (Agência de Inteligência e Segurança de Corellia) Corran Horn, sendo “tudo o que Michael Stackpole queria ser”, como o autor sempre disse em entrevistas. Bem escrito e com um ritmo bastante dinâmico, o leitor é presenteado com inúmeras manobras fantásticas, além de várias peripécias do grupo contra o Império.

Horn tem ampla consciência de suas habilidades enquanto piloto, percebendo também que possui uma estranha habilidade inata que lhe permite realizar investidas perigosas contra seus adversários. Esse seu suposto excesso de confiança lhe rende vários problemas com as autoridades, em especial com o general Salm e Wedge Antilles. Só posteriormente que Horn descobre ser sensitivo da Força, culminando no livro I, Jedi, também de Stackpole e que tem análise exclusiva aqui no Ao Sugo.

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Focado na ação, em Rogue Squadron nós podemos observar o perigoso panorama político da recém-decretada Nova República, nas mãos agora de líderes influentes como os bothanianos Borsk Fey’Lya no Governo Provisório e o General Kre’Fey nas forças armadas, uma dupla infernal que já deixou muito fã do Universo Expandido (eu incluso) puto da vida. O esfacelado Império continua suas poderosas incursões em vários pontos da Galáxia, ainda um perigo imenso para a nova ordem.

É neste livro que conhecemos Mirax Terrik, capitã da nave de contrabando Pulsar Skate. A personagem, além de ser bastante importante para o fornecimento de suprimentos para a  Nova República, se tornará fundamental para a vida de Horn nos próximos livros. Terrik, juntamente com Horn, Celchu, Gavin, entre outros, serão todos membros importantes  desta nova ordem, alguns deles sendo recrutados por Luke em sua nova Academia Jedi.

Também aprendemos neste livro sobre o quanto o Rogue Squadron foi transformado em símbolo pela propaganda da Nova República. Wedge Antilles recebeu a fantasia de heroi da nova ordem, papel que ele tem grandes ressentimentos. Apesar de aparecer de maneira pouco aprofundada, é bem legal observar o desenvolvimento de um personagem que, evidentemente, não teria tempo de tela nos filmes. São nesses livros que percebemos o quanto o universo de Star Wars é vasto e cuja batalha entre Aliança e Império não é, obviamente, protagonizada unicamente pelo eixo principal da família Skywalker.

 

Bastante envolvente e de leitura obrigatória para qualquer fã de Star Wars, Rogue Squadron infelizmente sofre a mesma doença de quase todos os livros da saga (com exceção dos de Timothy Zahn): a Síndrome do Vilão de Papelão. Efeito da ideia de uma space opera à la Flash Gordon, os imperiais neste livro (e em todos os outros de Star Wars) são absurdamente bidimensionais e com motivações pouquíssimo exploradas.

Com a exceção supracitada do Almirante Thrawn e Mara Jade, ambos de Zahn, Ysanne Isard e Kirtan Loor interpretam os papéis dos bandidos que são maus unicamente por serem maus, característica bastante irritante dos livros do Universo Expandido. Entenda a minha implicância: estes personagens não são Sith ou sensitivos do Lado Sombrio para serem maus “de maldade”, mas apenas pessoas com sede de poder e, como dizia Han Solo, manias de grandeza.

Fora esse detalhe que, em verdade pode ser ignorado durante a leitura, Rogue Squadron é um livro bastante divertido, mantendo o mesmo espírito dos episódios IV, V e VI e, é claro, dando as brechas para o episódio VII. Mesmo não sendo canônico, o livro conta a história de ases da pilotagem tal qual o nosso novo queridinho Poe Dameron de O Despertar da Força. Li os livros da série nos seus respectivos anos de lançamento e a releitura de agora me trouxe, além de muita nostalgia, uma grande surpresa: o negócio continua divertido, continua emocionante.

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Disponíveis apenas em inglês (por enquanto… Espero que a Aleph esteja nos lendo), a série X-Wing definitivamente é uma das melhores produções do Universo Expandido. Como não se baseia no eixo principal da família Skywalker, ele também não entra (pelo menos até o momento) em conflito com o novo cânon de Star Wars. Mais uma vez, destaco a escrita de qualidade cinematográfica, que prende o leitor tal qual as cenas de ação e respectivos efeitos especiais do episódio VII. Vale a pena, garanto horas de diversão. Que a Força esteja com vocês.

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