A Square Enix que me perdoe, mas Hitman nunca me cativou. Nunca. Apesar de já ter passado algumas versões aqui em casa, esse negócio de jogo que enfatiza o subterfúgio sempre me incomodou, ainda mais sendo em primeira pessoa. Para os desavisados de plantão, Hitman é aquela franquia de jogos de um careca, o assassino profissional Agente 47, em várias missões que incluem o uso de disfarces, um belo jogo de cintura para situações difíceis e, quando não, assassinato. Se não for pelo visual e pela tatuagem cool de código de barras na nuca do cara, o resto não me convence. Sorry.
Depois que a série foi parar na mão da Square Enix (株式会社スクウェア・エニックス・ホールディングス), a gigante japonesa do mundo dos jogos, Hitman ganhou até filme. O destaque que quero dar é para a edição mais recente desses jogos que, essa sim, me conquistou fácil, principalmente pelo design e pela arte. O jogo é ricamente elaborado, sendo certamente um dos melhores jogos já disponíveis para as plataformas móveis. O jogo por si só se destaca na imensidão de tantos jogos disponíveis, escondido entre um bolo de tantos games de gosto, jogabilidade e diversão duvidosos.
Desenvolvido pela Square Enix Montréal e dirigido por Daniel Lutz, Hitman Go transformou o clássico em FPS de subterfúgio em um fantástico Puzzle Game para iOS, Android e Windows Phone na plataforma Unity. Os personagens (o careca e os inimigos) são todos peças de um tabuleiro belamente montado, tendo o jogador alguns passos específicos para realizar. Como em uma partida de xadrez, os passos do Agente 47 são demarcados no tabuleiro em linhas retas e pontos de parada, não podendo ser interceptado por um inimigo. O assassinato ou o subterfúgio agora implica em um jogo de estratégia bastante simples, mas bem recompensador.
A dificuldade do jogo vai aumentando conforme se avança os níveis e, como num bom jogo inteligente, não existe um daqueles tutoriais imbecis que vai te ensinando o que fazer a todo momento. Apesar de simples de tudo, os desafios são bastante interessantes e nada enfadonhos. Daniel Lutz e companhia conseguiu fazer uma das transformações ou adaptações mais radicais que já vi no mundo dos games, o que foi motivo de bastante chororô dos fãs antes de sair o jogo. Contudo, Hitman Go está aí com críticas absurdamente positivas.
O que devo dar destaque para Hitman Go é quanto ao design minimalista, apresentando tabuleiros bastante simples e peças muito bem feitas e críveis, como se fossem fotos de objetos reais. O design, escolha das fontes e ícones estão, ao meu ver, entre os mais bonitos que já vi nos games, algo que também foi levado por Lutz para Lara Croft Go (2015), mas esse aí é outra história,outro post… A proposta dessa nova linha Go é de você poder levar seus personagens principais “on the go”, com você, no celular, porém ser prejudicar a experiência e/ou nostalgia dos jogos originais. Funcionou, com uma arte incrível e uma trilha sonora de atmosfera envolvente.
Deixo para vocês algumas cenas de minhas partidas, realizadas na versão para Windows Phone , já sinalizando um post futuro sobre Lara Croft Go, outro joguinho indispensável na sua biblioteca móvel. Eis uma forte recomendação para quem curte um bom jogo casual, valendo cada centavo. E bonito, obrigado.
Victor Hugo Kebbe