Star Trek CCG – Promovendo um revival trekker de fim de ano

Star Trek CCG

Um pouco relapso da parte trekker desse nerd que vos fala, contudo, para comemorar os 25 + 1[1] anos de Jornada nas Estrelas – A Nova Geração, decidi desenterrar 3 caixinhas misteriosas e cheias de surpresas que tinha em meu armário, o Star Trek – Deep Space Nine Customizable Card Game[2]. Compradas com meu irmão em 1998 (exatamente, 1998, há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante), tais caxinhas (entre outras mais) têm composto a comitiva do revival Trek[3] aqui em casa nas últimas duas semanas.

Na época o meu inglês era tão precário quanto os fios de cabelo na cabeça de vosso escriba, rendendo partidas horríveis e completamente sem sentido até, 15 anos depois, serem recuperados com maestria pela dupla dinâmica de irmãos. Os maços ou “decks” de cartas eram bons, mas não ótimos. Tínhamos naves e pessoal suficiente para compor 2 decks, um com o povo de Bajor e Federação contra os terríveis Cardassianos. A Jadzia Dax liderava a sociedade, contra vários cruzadores de batalha cardassianos da classe Galor, além de uma imponente estação especial Nor. Na época em que não tinha 1598723 DVDs disponíveis, Netflix e dependíamos apenas da boa vontade de um ou outro canal de TV por assinatura, este joguinho atiçava e mantinha a chama acesa de Jornada em casa, ainda mais de um seriado ainda não exibido no BraZil da época.

Star Trek CCG

Como forma de comemorar o aniversário da A Nova Geração e Deep Space Nine[4], comprei na última semana 140 cartas do Star Trek – The Next Generation CCG que, juntos, venceriam o Imperador Palpatine e governariam a Galáxia Conhecida. Produzidos pela Decipher Inc., ambos os jogos fizeram parte da memorável série de card games de muito sucesso nos Estados Unidos, perdendo espaço apenas para Magic The Gathering (da Wizards of the Coast) e Star Wars CCG (da Decipher, lógico), trazendo um sistema simples e ao mesmo tempo sofisticado que recupera[5] a experiência dos episódios da A Nova Geração e Deep Space Nine. Cada jogador precisa ter em mãos um maço ou deck de 60 cartas, contendo missões, dilemas, eventos, cartas de interrupção, naves, equipamentos, objetivos e tripulação, tudo do melhor jeito Trek e com a qualidade inquestionável da Decipher Inc.

Tal como o Star Wars CCG, a versão de Jornada nas Estrelas também mistura elementos de Card Game com Board Game, já dando um tapa na cara de todos aqueles que têm preconceito com esses jogos achando “que é tudo Magic” ou que “é tudo duelo”. Star Trek CCG cria um tabuleiro modular com regiões do espaço e planetas a serem investigados, cada um contendo uma missão e seus dilemas baseados nos episódios das séries de TV. Cada região ou planeta é acessado com naves e tripulação, seguindo de modo bastante cinemático os seriados televisivos, obrigado.

Star Trek CCG

Com a chegada das novas 140 cartas e depois de tudo misturado (as outras 180 de Deep Space Nine), foi possível criar 4 decks temáticos e tão legais que fiz questão de nomeá-los[6] no melhor espírito trekker. O primeiro se chama “Engage[7]”, composto unicamente de pessoal, equipamentos e naves da Frota Estelar, respeitando o universo da A Nova Geração. “Engage” foi interessante para mostrar como a Frota Estelar garante um deck estável e sólido, oferecendo ao jogador uma infinidade de recursos, pessoal, naves e equipamentos tal como no seriado. Como nêmesis[8], criei o “Vinerine Romulano, ahhh, delicioso[9]”, um deck ardiloso formado pelos incansáveis vilões Romulanos[10], tendo como trunfo o uso de cartas bem sujas que invalidam ou impossibilitam as estratégias adversárias, algo bem… romulano.

Os outros dois decks são ambientados na Deep Space Nine, sendo o dos “mocinhos” chamado “O caminho do guerreiro[11]”, composto por um esforço mútuo entre Federação, Klingons e Bajorianos, dando um gostinho especial ao ver na mesa as famosas espaçonaves Aves de Rapina e seus personagens podendo descer no planeta natal Klingon, Kronos, sem contar Bajor, é claro. Seu nêmesis é nada mais do que o “Pura e simplesmente Garak[12]”, um deck cardassiano estritamente militar e deveras poderoso.

Star Trek CCG

A dinâmica do jogo respeita os seriados de TV, devendo o jogador levar naves e pessoal para resolver missões que dão pontos de vitória no quadrante Alfa ou Gama, gerando uma série de histórias paralelas que precisam ser resolvidas antes para ganhar os pontos. Assim que o primeiro jogador atinge 100 pontos, pronto, ele foi aonde ninguém jamais esteve. A organização do espaço em si é randômica, criando um tabuleiro modular compartilhado em que ambos os jogadores podem passar com suas naves e, no caso da “treta iminente”, se confrontar em batalhas espaciais. Já as histórias paralelas (ou Dilemmas) são colocadas estrategicamente para dificultar o avanço do oponente, sempre envolvendo elementos de episódios da TV.

Dessa forma, toda partida é um jogo único, gerando possibilidades diferentes de interação e que muitas vezes subvertem as tramas dos episódios vistos na telinha. Chega a ser divertido o desdobramento de alguns personagens que só foram vistos uma ou poucas vezes na TV, agora fazendo parte de sua tripulação, característica também presente no Star Wars CCG. Star Trek CCG foi um excelente presente de Natal antecipado, cujas cartas hoje são relativamente difíceis de serem encontradas no BraZil por não serem mais produzidas, muito infelizmente. Pergunte ao Quark, quem sabe ele conhece alguém que conhece alguém… Só posso finalizar este artigo babando ovo e agradecendo mais uma vez à Decipher Inc. por ter reiniciado mais uma febre aqui em casa, não de Star Wars dessa vez, mas agora Star Trek. Vida Longa e Próspera.

Victor Hugo, pedindo carona para voltar ao Quadrante Alfa


Notas

1 – Ok, 26 anos, mas quando A Nova Geração completou 25 anos eu estava demasiado ocupado escrevendo uma Tese de Doutorado. Vamos manter a panache e imponência do número 25 em respeito ao meu descuido.
2 – Por revival Trek entenda reassistir aos episódios favoritos da Nova Geração e Deep Space Nine, além de ler assiduamente as edições comemorativas da revista Star Trek Magazine e SFX Magazine sobre o tal aniversário. De brinde, configurei meu Rainmeter para ficar idêntico a uma plataforma LCARS, podendo ser encontrada aqui.
3 – Pois é, 2012 foi aniversário de 25 anos da Nova Geração e 20 de Deep Space Nine, pasme, seu velho. Ou velha.
4 – Ok, até o momento não encontrei nenhum jogo que faça isso com tanta perfeição como o Battlestar Galactica Board Game…
5 – Oras, máxima do Capitão Jean-Luc Picard. Se não sabia, acho que está na hora de fazer sua lição de casa e começar a assistir a Nova Geração.
6 – Meu único crédito foi realmente nomeá-los, pois a particularidade e qualidade de cada carta em relação à partida é um trunfo da Decipher Inc., que soube captar a essência dos seriados. Bobão.
7 – Oras, máxima do Capitão Jean-Luc Picard. Se não sabia, acho que está na hora de fazer sua lição de casa e começar a assistir a Nova Geração.
8 – Não, nada a ver com aquele filme sofrível de Jornada…
9 – O nome foi baseado na fala da Conselheira Deanna Troi no jogo para PC Star Trek – Generations. Realizando uma missão disfarçada de romulana, Troi se infiltra na base secreta de Galordon Core e, pelo visto, deve ser a única pessoa da Frota que curte a sopa romulana. Nos episódios Unificação I e II da Nova Geração vemos o Capitão Picard e Data disfarçados na capital romulana, Dartha, tomando o tal do Vinerine e não gostando nenhum pouco.
10 – Aviso já, nada a ver com aquelas coisas recentes criadas pelo Jar Jar Abrahms e o que ele pensa naquele cérebro de uma xícara sobre “Romulanos”.
11 – Título de um episódio duplo de Deep Space Nine que conta a chegada de Worf na tripulação da estação espacial.
12 – Título de outro episódio de Deep Space Nine que apresenta o personagem cardassiano Garak, o único cardassiano que permaneceu na DS9 após a Ocupação Obsidiana. Hoje um “mero” alfaiate no Promenade, sabemos que Garak ainda tem fantasmas no armário quanto ao seu passado no exército cardassiano.

2 comentários sobre “Star Trek CCG – Promovendo um revival trekker de fim de ano

  1. Nova Geração sempre vai ser minha série favorita, depois das aventuras do Cap. Kirk 😀

    Sucesso para o seu blog, Vida Longa e Próspera!

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