Victor Hugo, Yavin IV – Sim, Luke Skywalker se tornou Mestre Jedi e fundou o Jedi Praxeum, uma nova ordem jedi instalada nos templos Massassi de Yavin IV. Lá ele reuniu a duras penas alguns sensitivos na Força que, com o treinamento correto que aprendeu com Obi Wan Kenobi e Yoda, se tornariam a espinha dorsal da Nova República. O quê? Perdeu esta parte?

Não é para ficar surpreso ou surpresa. Isso aconteceu logo após a morte do Imperador Palpatine e Darth Vader, logo após a festa dos Ewoks (com a música nova ou velha), logo após a queda do Segundo Império Galáctico. É, caso não tenha notado, são eventos que ocorreram depois do último filme de Star Wars já feito, o Episódio VI que tanto homenageamos no Especial Star Wars deste ano. Como já apontado em outros momentos, bem vindos ao mundo do Universo Expandido!

Corran Horn versus Shedao Shai

Se você é um daqueles entusiastas do Universo Expandido ou então um fã ardoroso de Star Wars que saber o que aconteceu depois daquela lambança Ewok, eis uma boa pedida, I, Jedi, de Michael Stackpole. Publicado em maio de 1998 pelo clássico selo Bantam Spectra, I, Jedi é o único livro do Universo Expandido escrito integralmente na primeira pessoa, trazendo as impressões do piloto de X-Wing Corran Horn sobre o seu aprendizado no caminho da Força.

Neto do Mestre Jedi Nejaa Halcyon, Corran já foi investigador da Corellian Security Force antes da Rebelião, quando por fim se alista para os rebeldes como exímio (tal como eu) piloto de X-Wing. Seus feitos notáveis são rapidamente reconhecidos por Wedge Antilles, tornando-se membro fixo do Rogue Squadron (o mesmo de Luke Skywalker). Luke, agora Mestre, reconhece em Horn uma sensibilidade incomum na Força, chamando-o para fazer parte de sua nova academia em Yavin IV.

Academia Jedi em Yavin IV

Temendo seu passado graças à caça às bruxas que Lorde Darth Vader empreendeu contra os jedi, Horn é um herói em conflito que, para alcançar seu pleno potencial nos caminhos da Força, precisa se reconciliar com sua nobre herança jedi. Em I, Jedi Horn busca sua esposa desaparecida, Mirax Terrik, em uma missão secreta, o que só pode fazer se tornando um cavaleiro jedi. Ok, a premissa nem é tão genial ou espetacular assim (convenhamos: que premissa furada), mas a história é boa, ah, é boa.

I, Jedi introduz um personagem jedi de extrema importância para o Universo Expandido, sendo um dos primeiros alunos de Luke Skywalker em Yavin IV. Com uma narrativa entrelaçada à da Jedi Academy Trilogy, de Kevin Anderson, I, Jedi mostra em primeira pessoa os problemas do caminho, as frustrações, insatisfações e as benesses do alcance da Força pelo lado da Luz em oposição ao Lado Sombrio, mais fácil, mais sedutor e de resultado bem, mas bem mais rápido.

Corran Horn

O livro conta com participações ilustres de outros personagens de Stackpole para a série em quadrinhos de grande sucesso X-Wing, dentre elas a Almirante Leonia Tavira, a almirante mais jovem do Império e agora líder de um perigoso bando de piratas (com naves e armamentos imperiais), os Invids. Em sua jornada Horn precisa confrontar seus vários “eus” e aceitar de uma vez por todas o seu passado jedi antes de achar Mirax, num final digno de nota da saga Star Wars.

Existem várias similaridades entre Horn e outro cavaleiro jedi bastante importante da Nova República, Kyle Katarn, este apresentado na série de jogos Dark Forces (comentado em outro artigo do Ao Sugo). Ambos não são jedi no começo e precisam confrontar seus passados para finalizar o treinamento. Katarn é o personagem mais independente que já vi do EU (ele nem mesmo precisa do auxílio do Mestre Luke Skywalker para se tornar um Jedi; sua jornada do herói é bastante incomum e muito interessante da mesma forma).

Michael Stackpole

Horn procura Luke no começo do treinamento, mas acaba ficando frustrado com os ensinamentos: ele está desesperado para encontrar a desaparecida Mirax… aliás, que nome legal, hein, Mirax? O mesmo paralelo pode ser feito com Luke Skywalker em seu treinamento com Yoda, precisando se afastar de seu mentor para socorrer Leia em O Império Contra-Ataca. Homenagem ou fórmula do sucesso, tais repetições nos argumentos são causa de irritação entre os fãs do Universo Expandido, chamando-os de rehash, bastante comuns na década de 90.

Não é o melhor livro que já li, mas é bastante divertido e bem escrito (uma leitura rápida e definitivamente melhor que a série Dark Forces em quadrinhos, se quiser algo para comparar com a jornada de Katarn). Escrito em primeira pessoa, parece literalmente um diário pessoal de um pupilo jedi (sem ser brega), o que é… bastante incomum se observarmos os demais livros de Star Wars.

Ao lado de Timothy Zahn, Michael Stackpole está na minha lista dos escritores favoritos da saga, dada a proximidade do diálogo dos personagens com os filmes: ambos escrevem de tal forma que o leitor se remete imediatamente aos filmes, sendo um recurso absurdamente importante para estabelecermos um senso de continuidade na Nova República e Nova Ordem Jedi. Para quem quer conhecer o Universo Expandido, está aí uma excelente sugestão de entrada. Está esperando o quê?

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