World of Warcraft – Uma Nova Aliança

“A vida do jovem mestiço Med’an está sendo disputada entre as forças do bem e do mal como se mais nada importasse. Os exércitos de um maligno adversário ainda desconhecido se concentram e as forças de Azeroth, ocupadas com o Flagelo, nada podem fazer. Surge então um novo Conselho de Tirisfal, disposto a deter a ameaça do monstruoso Cho’Gal e seu misterioso mestre. Conseguirão Meryl e Garona deter o selvagem ogro antes que tudo tenha fim? E a jornada de Med’an até Kharazhan para encontrar seu verdadeiro pai renderá frutos, ou será apenas mais uma cena da tragédia que se anuncia?”

Senhoras e senhores, eis que temos uma nova aventura no mundo de Azeroth disponível nas bancas, a World of Warcraft, Vol. 4 – Uma Nova Aliança! Com o selo Wildstorm, editada no Brasil pela Mythos e lançada pela Panini Comics, temos neste encadernado de 148 páginas uma frenética aventura tal qual uma Quest do MMORPG mais famoso do mundo.

Todas as forças de Azeroth estão mobilizadas para enfrentar uma das maiores ameaças já conhecidas, o Lich Rei. Aliança e Horda preparam seus exércitos para investir contra a insidiosa e gelada Nortúndria, na esperança de erradicar de uma vez por todas o abominável exército de criaturas que renascem da morte como lacaios do mago nefasto.

Enquanto isso, Kalimdor e os Reinos do Leste não estão isentos do perigo. O ogro de duas cabeças Cho’gal, Iniciado do Quinto Círculo do Conselho das Sombras e líder do Martelo do Crepúsculo planeja invadir a Ilha de Theramore enquanto seus defensores estão com os olhos voltados para o norte gelado. Cho’gal atua em nome de um misterioso mestre, ordenado a seqüestrar um adolescente mestiço que reúne em seu corpo sangue orc, humano e draenei.

O adolescente é Med’an, filho da malfadada união da meio-orc Garona e do campeão de Tirisfal, Medivh (e não filho de Cho’gal, como disse o MRG 161), dois dos personagens mais emblemáticos na invasão da Horda em Azeroth. Treinado às escondidas pelo conselho de Jaina Proudmore, Med’an consegue controlar com incrível naturalidade as forças arcanas, xamânicas e da Luz Sagrada como ninguém mais em Azeroth, sendo cobiçado pelas duas facções, Aliança e Horda.

Com o ressurgimento de um vilão que acreditava-se morto, Jaina Proudmore decide refazer o milenar Conselho de Tirisfal, reunindo os magos, xamãs, druidas e clérigos mais habilidosos do mundo para romper a contenda. Como campeão do Conselho, o papel recai nada mais, nada menos para Med’an, filho do campeão Medivh e neto da campeã Aegwynn… pois é, o terceiro de uma família amaldiçoada cujos atos quase aniquilaram os habitantes de Azeroth.

Para além do incrível fardo, Med’an consegue reunir raças e povos até então em guerra para enfrentar o novo inimigo. Orcs, Tauren, Elfos Noturnos, Elfos Sangrentos, Humanos, Mortos-Vivos, Anões e Gnomos se juntam em prol de um bem maior. Esse é o plot eletrizante de World of Warcraft, Vol. 4 – Uma Nova Aliança.

Curto e grosso tal qual uma quest de World of Warcraft, o leitor se vê preso em uma aventura coesa cuja leitura não ultrapassa uma hora, excelente para aqueles leitores que querem ler mais sobre Azeroth, mas que não tem tempo ou paciência para encarar os vários livros da franquia. Seguindo o mesmo padrão gráfico do jogo e super ultra mega colorido, em minha opinião “Uma Nova Aliança” supera os mangás já lançados pelo selo, uma vez que transpõe para a mídia impressa algumas das características mais marcantes do jogo. Elfos azuis, rosas, orcs verde-oliva… apesar de estranho para os desavisados, este padrão visual que marca e caracteriza a série desde Warcraft, recuperado aqui pelo colorista Tony Washington.

Quanto ao traço de Mike Bowden, percebo uma forte influência do mangá japonês, porém adaptado aos sabores ocidentais. Como percebeu Affonso Solano no MRG 161, o quadrinho respeita uma estética e dinâmica semelhante às animações japonesas, no que concordo plenamente. “Uma Nova Aliança” tem um ritmo frenético que segura o leitor ao longo de suas páginas, com exceção talvez no último capítulo, talvez um epílogo que, com a mudança da equipe criativa, chega a ser bastante fraco e descolado dos capítulos anteriores.

O mérito da publicação é de se focar justamente em personagens que não estão tomando a frente principal contra o Lich Rei, abrindo o leque de possibilidades para aventuras que nem mesmo os jogadores mais viciados e versados na ambientação conhecem. Em eixos paralelos, podemos saber melhor do que está acontecendo do lado de cá enquanto está todo mundo partindo para Nortúndria.

O que me irritou profundamente foi a não tradução de vários termos do mundo de Azeroth, uma opção editorial pobre que não condiz com a realidade de World of Warcraft no Brasil. Disponível (e exuberante) em português desde dezembro do ano passado, se percebe que tal opção editorial foi ou para agradar os jogadores que jogam em inglês (o que é uma opção bastante infeliz, já que o WoW em português foi muito bem traduzido, obrigado) ou porque os próprios tradutores não conhecem o WoW tupiniquim.

Primeiro que muita gente não fala e nem lê em inglês, como posso observar nos fóruns oficiais do WoW na internet. Mas o mais importante: eu já estou careca de dizer (literalmente) que ter acesso ao World of Warcraft no nosso próprio idioma é poder expandir a nossa própria experiência com a magnífica ambientação de Azeroth. Não estou falando das infames traduções de piadas americanas de sitcoms e filmes para um contexto brasileiro, mas de algo mais sutil e mais significativo, que cala fundo nos apreciadores de literatura fantástica. Pobres de espírito e infelizes são aqueles que ignoraram ou condenaram o trabalho espetacular da Blizzard no Brasil.

Apesar da louvável iniciativa (essa palavra é de ouro no mercado brasileiro) e da edição da Panini ser primorosa na qualidade, pecou na tradução de topônimos que já são bastante conhecidos pelos fãs e, convenhamos, quem compra essa porcariada são justamente os fãs, não a Dona Maria que está passando na banca e quer “conhecer” a ambientação pegando o arco a partir do volume 4.

Para os fãs de WoW, uma excelente (e barata) sugestão, pois expande o conhecimento da ambientação e aprimora a experiência in-game. Para os que não são fãs ou leitores de primeira viagem, bem, ainda é possível curtir a história, contanto que faça o dever de casa e leia sobre a ambientação, inteiramente disponível no site oficial da Blizzard e em português (e garanto que a experiência valerá a pena tal qual 50.000 dobrões de ouro no Banco da Guilda). Corra que é capaz de você ainda encontrar “Uma Nova Aliança” nas bancas.

Victor Hugo, Mestre das Tradições, diretamente de Dalaran

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