Encontrei caminhando por aqui um caminhão-baú com uma “frase de caminhoneiro” que me deixou perplexo por horas até entender realmente o que o cara queria dizer. Pois bem, estava escrito: “Não sou o Silvio Santos mais vivo do baú”. Mais? O que ele quis dizer? Que ele além de não ser o Silvio, vivia do baú? Sem comentários, não vou insultar a inteligência do leitor aqui que abriu esse blog super iniciante (AHÁ, você está lendo o segundo post do Ao Sugo, publicado originalmente em 12 de fevereiro de 2008!).
Bom, continuando a minha divagação sobre os diários e blogs (hei, não vá pensando que eu vou ficar postando aqui toda hora, tenho mais coisa pra fazer também), me surpreende a baixa taxa de leitura brasileira. Se na França eles lêem 6 livros por ano, o brasileiro lê meio livro por ano. Como assim, meio? Pois é, meio.
Não entendo como fazem, deve ser o “jeitinho brasileiro”, mas como alguém lê meio livro? Você pega um livro, inicia a leitura, conhece os personagens principais e a parte mais excitante da trama e simplesmente para por aí, fecha o livro e vai ver BBB ou futebol? Ou então você pula os capítulos iniciais, lê do meio até o fim? Meu deus, será que a situação social brasileira é tão punk que as pessoas só conseguem comprar ou alugar meio livro então? Vai entender… Na época em que escrevi esse post o Kajuru esteve na minha cidade autografando seu livro, vendido por R$ 1,00… Fila enorme e interminável… Louvável, admirável… ficaria bastante feliz se no mínimo 70% do pessoal daquela fila terminasse de ler o livro então.
Por incrível que pareça, o povo da internet é quase privilegiado… mas não muito. Aqui não tem jeito, você tem que ler, isso que é o tal de “navegar” pela web lendo tanta coisa inútil como este texto. Se o povo aqui fica limitado a ver sites em português, tristeza, tragédia. A própria palavra, “internet”, já é estrangeira, como assim não ler em inglês, ainda mais quem usa a internet? Mas isto tudo é outra questão… quem tá aqui na internet lendo isto provavelmente faz parte de uma camada muito pequena da população capaz de ter um micro computador).
Voltando ao foco, bem, povo, vamos fazer um esforcinho vai. Eu particularmente tenho problemas com livros como “O Segredo”, auto-ajuda, etc, mas já que o povo só lê MEIO livro, então ok, tá liberado. Ainda existe toda uma discussão sobre o preço dos livros em si, já que no Brasil são realmente caros. No entanto, as bibliotecas estão por aí. E quem é mais ousado (mas não vá pensando que é mais esperto), existem os e-books, que você baixa para ler no micro ou no seu tablet e fica cego depois que terminou (compre um e-reader, cabeção). Pelo menos você vai poder dizer que leu, não é? Então esse é nosso trato, leia. Se você já leu mais de meio livro por ano, ficaria feliz se postasse aqui um comentário dizendo o que andou lendo. Isso é realmente importante. Faça a sua árvore de livros crescer.
Victor Hugo
Ixi, eu nem ligo mais para essas coisas… É tanta coisa escrita errada que não me surpreende mais… Depois que começou a onda do gerundismo, nada mais me assusta!
Beijinhos
É, a coisa é mais séria do se imagina… O povo não lê mesmo, e se não bastasse ainda fala e escreve errado, principalmente na internet que poderia estar sendo usada de forma mais proveitosa e no entanto se transforma num antro de besteiras!
Olá
Vi seu post na tagsurfer e resolvi responder à sua pergunta. Não que eu pretenda desfilar minha lista de livros lidos…
Bom, me sinto meio ‘peixe fora d’água’ nestas terras de não-leitores, pois sou apaixonada por livros,
Não acho passatempo melhor que eles.
Há alguns anos vi uma placa de camelô que dizia:
‘ASEITO PASSEO FACEO’.
Demorei muito para entender o que se buscava comunicar, até que a ‘ficha caiu’:
‘ACEITO PASSE-FÁCIL’
O camelô comercializava os antigos bilhetes de ônibus. Acabei por rir, para não chorar.
Na época acabei sendo paternalista e ‘entendido’ o camelô,
hoje penso diferente, se livros são caros, existem bibliotecas em todo o canto.
Uma criança que não foi estimulada a ler quando pequena, hoje não encontra estímulo? Vê livros e não tem curiosidade sobre o que neles estácontido?
Bom…é só.
Bom-dia para você, adorei seu espaço e amei a foto do post.
Sucesso!
😉
Olá,
Hoje em dia mesmo a internet tem mudado seus conceitos, eu trabalho na área e uma vez ou outra me deparo com questões de design que me forçam a buscar material em livros, e o que eles dizem?
Que na nova onda da internet as imagens tem que ocupar o lugar dos textos, óbvio que isso tarda a virar moda, e espero com votos sinceros que nunca vire, mas ao entrar em sites mais arrojados perceba que mal existem textos. É uma perspectiva que assusta.
Porém o assunto é a leitura de livros, de fato, são poucos os brasileiros que gostam de ler, porém menor ainda são aqueles que lêem coisas de qualidade.
Certo conhecido trabalhar em uma livraria, e diz ficar impressionado com a quantidade de garotas (todas com muito menos de 18 anos) comprarem livros de ex prostitutas. Algo lamentável.
Como se não bastasse não ler, quando lê, seria melhor que não fizesse, contraditório não.
Carlos Lemes
http://leitorcritico.wordpress.com/
Victor Hugo!
Meus parabéns!!!!!!!!!
Descreveu muito bem a realidade da leitura no Brasil!
Assim, vc me mata de orgulho!
Me da um autografo?
E tipo… eu estava pensando… ja que as pessoas só leem meio livro… hum… acho que até posso me atraver a escrever… meio livro tenho ctz que dou conta!
rs
Beijão!
Olá V.H.
Acho importante o tema, por dois motivos importantes: sou professor de Lingua Portuguesa e Literatura e escritor (vide meu site). Acho que sua constatação é válida, mas essa observação é sempre dita e nunca resolve nada. O que adianta apenas criticar o povo, o quanto isso resolve a situação. Não acho que o fato de eu ler mais de 15 livros num ano é pq sou esforçado e especial. Mas é difícil querer que um povo que ganha salário mínimo, com 8 horas diarias de trabalho tenha vontade de ler, qdo pode chegar em casa e assistir TV. Nossa sociedade não só ensina isso, como exige que todo mundo assista TV, o máximo possível.
Existem as pessoas que lêem porcaria tb, mas fazer o quê? Pra ler Machado de Assis e os clássicos, é preciso um enorme contexto histórico, que nõs não temos e nem recebemos na escola. E a lit. contemporânea? Nem eu conheço bem nomes atuais como Osman Lins, Rubem Fonseca, Averbuck, etc.
E como já disseram o livro aqui é caríssimo, artigo feito de fato pra quem tem grana, pobre deve continuar ignorante.
O importante é não nos acharmos iluminados, mas sim privilegiados. Acho legal vermos que as coisas precisam mudar, mas também não pararmos aqui, e pensarmos o que podemos fazer pra mudar algo que nos incomoda, se de fato incomoda, ou se é apenas parâmetro baixo para nos elevarmos.
Boa sorte com a coluna, e me avise qdo houver novidades.
Abraço
Als Hitler das rosa Kaninchen stahl
Originaltitel: When Hitler Stole Pink Rabbit
Judith Kerr
Parabéns pelo Blog! 🙂
bjos
Bem, não vou nem dizer quantas vezes preciso SOLETRAR meu nome e mesmo assim falam e escrevem errado…isso é reflexo da falta de leitura do brasileiro…rsrsrs