
Vocês não fazem noção de como Blade Runner fez um enorme estrago na minha vida nerd. Apanhado nos primeiros 5 minutos de filme, até hoje a obra prima de Ridley Scott é o único longa metragem que consigo assistir com replay infinito sem cansar. De melhor filme de Ficção Científica de todos os tempos à contemplação futurística e filosófica, na minha lista destas películas o próximo cyberpunk que me vem à mente é Ghost in the Shell (1995).
Criado em mangá pelo japonês Shirow Masamune em 1989, Ghost in the Shell (ou 攻殻機動隊 Kōkaku Kidōtai no original) narra as missões da Comissão Nacional de Segurança Pública, divisão do governo japonês no futuro que lida especialmente com crimes tecnológicos. Conhecida mais como Seção 9, a equipe chefiada pelo carrancudo Daisuke Aramaki e liderada pela Major Motoko Kusanagi enfrenta diariamente as transgressões no ciberespaço surgidas com o avanço da tecnologia.

No futuro de 2029 o ciberespaço expandiu sem controle, ao ponto das barreiras entre o natural e o artificial serem absurdamente tênues. Poucos anos antes a Cidade Harima de Ciências desenvolveu com sucesso um neurochip, um chip cujas ligações se conectam com fibras neurais, aumentando assim não apenas a velocidade da transmissão e processamento de dados, como também permitindo o surgimento dos cérebros cibernéticos. O uso desta tecnologia ultrapassou a idéia do “prostético” para adentrar de vez na vida diária, criando com a velocidade e a melhoria do processamento novos serviços, novas áreas, novas profissões e novos crimes.
Já borrando as fronteiras entre o Homem e a Máquina, os cyber-cérebros não só representaram um avanço tecnológico estrondoso, como também sobrepuseram o mundo do crime-geek-hacker-tecnológico para o mundo dos cidadãos comuns. Hackear computadores e impedir colapsos no sistema mundial são tarefas rotineiras da Seção 9, mas uma de suas principais preocupações é garantir que pessoas com implantes neurais não sejam literalmente invadidas por criminosos, corporações e governos com interesses escusos. Apesar das Inteligências Artificiais ainda serem limitadas e até fáceis de serem discernidas do mundo humano, nada assegura o seqüestro das pessoas e o pior, o roubo de seus pensamentos e memórias.

Para um leitor eventual isso tudo parece muito ultra über science fiction. E é. Ghost in the Shell é filho direto da melhor literatura cyberpunk que existiu (até o momento…), trazendo nas costas longas reflexões sociais, políticas, metafísicas e filosóficas sobre Homem e Máquina. E ninguém melhor para fazer isso do que os japoneses, cuja relação com a tecnologia é bastante particular e diferente da que temos no Ocidente. Se lá a tecnologia está em contato direto com o dia-a-dia das pessoas à toque de caixa, é lá mesmo que estas discussões se tornariam bastante populares. Como mostrado no mangá Eden, se aqui tivemos o Movimento Cyberpunk, lá eles já estão no Hiperfuturismo.
Eis toda a discussão de Ghost in the Shell, presente na série de mangás de Shirow Masamune, nos filmes de Mamoru Oshii e no seriado em anime de GIS Stand Alone Complex. Mas falemos hoje do primeiro filme! Bastante influenciado por Neuromancer (1984), Oshii introduz a ambientação de thriller político e policial que seria pano de fundo até mesmo para o hit supervalorizado Matrix (1999). Como já comentei em outro artigo do Tannhauser, imagine uma cidade escura pela poluição, marcada pela presença maciça de diversas etnias, muito neon, carros, barulho. É como se o céu se parecesse com um canal de TV fora do ar, como diria Gibson (1984). Acrescente então o aumento absurdo dos crimes, governos submissos ao poder das grandes corporações que controlam várias unidades federadas e um fluxo de informações tão absurdo que é como se você pudesse sentir e tocar no ar as ondas de bits e terabits que passam de lá pra cá numa dança descontrolada. Nesse mundo as pessoas vivem (ou sobrevivem) penduradas em próteses cibernéticas, enganam a morte com um coração de plástico e sentem prazeres indizíveis nos prazeres irreais do ciberespaço.

Depois de encontrar várias pistas após um lamentável incidente diplomático em Newport, Shinhama (Hong Kong no filme), a Seção 9 corre às pressas para prender o “Mestre dos Fantoches”, vilão aparentemente invisível que está hackeando os cérebros cibernéticos de pessoas comuns e inteligências artificiais menores para que cumpram várias etapas de seu plano misterioso. Plantando memórias e pensamentos, o “Mestre dos Fantoches” conseguiu um meio para fazer com que suas “marionetes” não façam idéia de que estão sendo manipuladas, gerando um problema político internacional. Eis o plot do mangá de Shirow Masamune e da primeira animação da série, esta nas mãos de Mamoru Oshii, cuja condução eu vou deixar para vocês descobrirem.
A Seção 9 tem como líder de campo a Major Kusanagi, cujo corpo inteiramente artificial protege o seu cérebro orgânico, instância que merece uma reflexão. Construído pela Megatech, o corpo da Major Kusanagi do filme é esbelto e literalmente uma tabula rasa no desenvolvimento da personagem, aí vale um comentário sobre a famosa cena em que a Major salta de um edifício sem roupa, momento em que sabemos depois estar usando um traje de camuflagem ótica.

Como mostrado no mangá, com seu corpo totalmente cibernético Kusanagi transcende a idéia de Humano e sexualidade, visíveis no filme com várias seqüências de nudez e cujo apelo é tudo menos erótico ou pornográfico. Dentro da discussão filosófica da animação, o telespectador é metralhado pela percepção de que aquele corpo, por mais lindo que seja, não passa de uma casca mecânica que sustenta o cérebro e o “fantasma” ou alma da Major. E aí que a coisa fica mais maluca… com o corpo perdendo esta centralidade como primeiro lócus de qualquer experiência humana, a alma ou o “fantasma” da Major se torna algo ainda mais etéreo e intangível: o que é de fato a Major Kusanagi? São apenas impulsos elétricos gerados por um cérebro orgânico que manda ordens para o seu corpo mecânico? É algo mais do que isso? Vemos aqui como um espetacular desdobramento do pensamento cyberpunk/scifique a questão filosófica “Quem sou eu” entra por um buraco negro ao pensar o Homem e Máquina de maneira tão profunda.
Como outro agente de corpo biônico, temos o ranger Batou. Com olhos artificiais e sem pupilas, Batou desafia o nosso primeiro senso quando olhamos para outro ser humano… em seus olhos não vemos sua alma, como assim disseram muitos famosos poetas e escritores, mas vemos uma máquina fria, vazia e que, por incrível que pareça, é um personagem mais complexo que a Major! Introspectivo e nem sempre falando sobre as suas percepções da vida, Batou demonstra em suas ações e em seu relacionamento platônico com a Major como é mais humano do que demonstra. Mas isso não tem sentido: ele é humano, não é? Exato, só que quando a gente discute humanidade num mundo muito mais próximo das máquinas, a discussão fica muito mais legal… Isso tudo fica mais claro no segundo filme da série, Innocence, cuja análise ainda deverá ser feita no futuro aqui no Ao Sugo.

Fechando o grupo dos protagonistas, o único membro sem nenhuma prótese cibernética é Togusa, ex-policial que atua como o único detetive “natural” da equipe. Sendo o único casado e com uma filha pequena, Togusa é não apenas um dos personagens mais queridos da série como também o contraponto imediato à Major Kusanagi e Batou quando a discussão é estatuto da humanidade. Por não ser “cibernético” de nenhuma forma, Togusa lida diariamente com preocupações mais mundanas e “humanas” que os demais, seja ao não ter a mira perfeita na prática de tiro, seja no zelo com a sua família. E é assim que Togusa compreende claramente os dilemas da Major e Batou.
Diferente do mangá e do seriado Stand Alone Complex que mostra a Seção 9 como uma rede de vários funcionários e Inteligências Artificiais (o jeito deles dizerem “robôs” de maneira politicamente correta… e pior que faz todo o sentido do mundo…), nos dois filmes de Ghost in the Shell a divisão federal mostra de forma menor a presença de Ishikawa, outro agente ciberneticamente modificado e responsável pelas atividades de Inteligência do time. Sempre atrás de imensos computadores, Ishikawa não chega em nenhum momento a discursar de maneira contundente sobre Homem, Máquina, filosofia, etc. É só o geek da parada.

Infelizmente nenhum mangá de Ghost in the Shell chegou ao Brasil, nem mesmo os seriados ou o segundo filme. Contudo, o primeiro filme (e por isso que estou resenhando apenas sobre o primeiro filme hoje) saiu por aqui com o nome “O Fantasma do Futuro” (FlashStar), sendo obrigatório para todos aqueles que apreciam não apenas cinema, mas uma boa discussão e, em especial, para os seres de arguta inteligência. Apesar de existir um preconceito muito grande em relação ao gênero da animação e em especial à animação japonesa (ahhh, isso por parte daquele povinho infeliz e tristonho autodenominado “cults”), Ghost in the Shell é considerado uma obra prima visual, feito impressionantemente em 9 meses.
Como Blade Runner, seu ritmo é bastante lento, mas não ao ponto de ser chato. Como disse o podcast The Greatest Movie Ever, o filme de Oshii deve ser visto na verdade como contemplativo, cujas cenas e simbolismo não estão lá á toa: tudo o que aparece na tela tem algum significado (oculto ou não), tudo merece ser pensado. Vale ainda lembrar que, assim como nas melhores obras do Movimento Cyberpunk, Ghost in the Shell já mostrava a violência e estouro das tecnologias de informação que só teríamos nos dias de hoje, mais uma previsão acertada. Imaginem… o mangá é de 1989 e o filme de 1995, tempo em que a internet ainda nem tinha saído da casca do ovo direito… Para complementar essa atmosfera dark e opressiva, tudo é organicamente ligada à trilha sonora de Kenji Kawai, ainda a ser comentada aqui no Ao Sugo de maneira mais detida.

O primeiro filme de Ghost in the Shell é bastante denso, cujas reflexões exigem um esforço por parte dos telespectadores mais relaxados… rever uma ou duas vezes acaba se mostrando essencial, ainda mais porque são coisas demais para serem vistas, coisas demais para serem pensadas. Aí… bem, se você é cinéfilo de blockbuster apenas, então se enterre e nos poupe da sua ignorância. Dessa forma, os filmes de Oshii se assemelham ao mangá apenas no enredo e no uso dos mesmos personagens, uma vez que as películas são infinitamente diferentes na mensagem e na reflexão.
Vale ainda lembrar que assim como em Blade Runner, que apesar de ter sido inspirado no livro Do Androids Dream of Electric Sheep de Philip K. Dick não possui muito mais além de uns ganchos do enredo original, os filmes de Ghost in the Shell abusam da introspecção e deste esforço intelectual do telespectador, diferente dos quadrinhos. Os mangás trazem uma Major Kusanagi mais masculinizada e bruta, por vezes com comportamento bastante infantil, até que já ouvi dizer da dificuldade de Masamune em desenvolver personagens femininos e densos. Além disso, os quadrinhos são notadamente focados mais na ação “técnica” da Seção 9 do que nas implicações filosóficas que essas ações possuem diante de um escopo mais amplo. Esta esfera da “ação” foi recuperada com a releitura Ghost in the Shell – Stand Alone Complex e Ghost in the Shell SAC – 2nd GIG, cujo time de produção já não conta com Oshii nem Kawai, mas cujo produto final ainda é muito interessante… sabe como é, fã que é fã sempre quer mais…
Tive acesso à versão 2.0 de Ghost in the Shell quando estive no Japão e, de fato, é notável o trabalho que fizeram no celulóide original. Além da remasterização de áudio e vídeo, esta última versão teve todas as cenas com CGI substituídas, visando aproximar a primeira animação do segundo filme, Innocence, cujo uso de CGI no anime foi considerado pioneiro na época e louvável pela qualidade.
Aqui no Brasil, bem, o jeito é se contentar catando as migalhas, não deixando de ser, sobretudo, obrigatório para todos os seres pensantes. Ghost in the Shell atingiu grande reconhecimento quando foi usado de inspiração máxima para os Irmãos Wachowski em Matrix (1999), filme que, mais uma vez, foi em minha opinião supervalorizado aqui no Ocidente, infelizmente porque o público que o assistiu não conhecia as origens e inspirações da coisa toda. Aguarde o próximo artigo sobre Ghost in the Shell, sendo este apenas um tico de muito a ser discutido aqui em Tannhauser.
Victor Hugo, online
Veja também:
Hi V.H.:
On your
“foi usado de inspiração máxima para os Irmãos Wachowski em Matrix (1999)”
I think that “Matrix” largely surpasses the inspiration line’ and is on the verge of open plagiarism of Oshii’s work… The rest of the saga evolved in other directions.
I agree with you that Wachowski’s are overrated. And it is partly owing to the fact Oshii was known among manga/anime SCfi fans.
Enjoyed your analysis ☀
Hi @marcysensei,
I totally agree with your impressions about Matrix and I must confess that I know I’m always too harsh when talking about Matrix.
As I wrote here in some posts, unfortunately I had the opportunity to read Gibson’s Neuromancer (1984) only after watching the Wachowski’s saga… And it was a disappointment indeed, because in 1999 I was “deifying” the Wachowskis and after that I was facing the death of my poor new “gods”, ahah.
Matrix was important to introduce these philosofical questions to the mainstream, developing (again) the old carrollinian/berkelian issues, which I love, I love indeed. I understand the relevance of Neuromancer, Ghost in the Shell and numerous science fiction works, but somehow Matrix resumed and updated these discussions and gave to the mainstream the seeds (again) to think about it, Deus ex machina, etc, etc, etc. Everyone likes to say that “Matrix was something like a watershed and blablabla”. Of course the mainstream prefers some cr@p like Thor or Clash of Titans, but they tried, ahah.
Thank you very much for your comment, it was very important for us.
Victor Hugo
Excelente review. Estou assistindo todo o material que encontro. Por enquanto estou na primeira temporada ainda, mas já estou encantada.
Kell,
Obrigado por nos acompanhar. Como sou fã ardoroso da série, planejo continuar soltando outras reviews ou vídeos relacionados, portanto, continue de olho no Portão de Tannhauser.
Abração,
Victor Hugo
gostei muito deste artigo, está me ajudando bastante a entender melhor sobre o gênero Cyberpunk.
Adorei o review, foi muito bem focado nos conflitos do anime que acontecem por baixo das cenas de ação e luta (que também são ótimas).
Baixei os 2 filmes e o 2nd GIG da série por torrent, agora haja tempo pra ver tudo… rsrs
Algo muito interessante no anime também foi a discussão sobre vida ou não, que eu percebi quando a major fica confusa no primeiro filme ao descobrir que o Master of puppets tem uma Ghost line (pode uma criatura inanimada como um programa de computador se tornar um ser vivo tamanha sua complexidade?)
Muito bacana :}
Ghost in the Shell é de quebra o meu anime favorito, em especial os dois filmes de Mamoru Oshii. Tenho todos os mangás na versão original em japonês mas, como disse no artigo, destoam um pouco da proposta de Oshii… Os mangás a Motoko é absurdamente masculinizada.
Já esse questionamento constante da Major Motoko em relação à vida não tem o menor espaço nas páginas do mangá, o que é uma infelicidade…
Oi, Victor…
Nem sei se vc vem por aqui, mas tudo bem; elogios não devem ser guardados.
Uma ótima resenha, me identifico com esse gosto pela modernidade no que ela tem de mais instigante.
Tenho guardada a série inteira, mas estou confuso…: o que tenho é o anime Ghost in the Shell Stand Complex; assim como o do ano 1995. Neste último aparece o personagem Mestre dos Fantoches, minha pergunta: não tem uma série que trata deste personagem? Acho que só tenho um capítulo…
Tenho também Inocence, mas nem sei se esta é uma história separada pois ainda não a assisti, irei fazê-lo agora.
Bem, o fato é que estou na caminhada para descolar todos os animes desta…, ‘franquia’.
Mais uma vez elogio seu texto, é uma referência.
Obrigado e,
um Abraço!
Olá Sylvio,
Tudo bem? Agradeço os elogios! Adoro Ghost in Shell e devo futuramente escrever mais sobre, após umas experiências recentes.
Vamos lá: os filmes Ghost in the Shell e Innocence de Mamoru Oshii são obras à parte, adaptações da série em quadrinhos lançada aqui no Japão na década de 90. Na minha opinião, os filmes são superiores ao mangá pela densidade filosófica da coisa, o que falta um pouco na versão em quadrinhos, mais “masculinizada”, com mais “ação” e menos “discussão”.
O terceiro filme, Stand Alone Complex e 2nd Gig são seriados recentes que, apesar de manter parte do staff dos dois primeiros filmes, têm propostas totalmente diferentes da de Oshii. A ideia agora é eliminar a parte filosófica da coisa e trazer mais a atmosfera de seriado policial e tudo mais. São muito bons e renderam outra série em quadrinhos, uma adaptação direta que só foi lançada aqui no Japão. Aqui, alguns personagens dos filmes reaparecem, mas em sua versão quase “original”, como nos mangás… daí a confusão.
Innocence é uma obra prima, tão maluco e tão poderoso que acabou forçando o lançamento de uma edição melhorada do primeiro filme. Ghost in the Shell 2.0 foi lançado para acompanhar as inovações tecnológicas de Innocence, vale a pena… Dê uma procurada aqui no site, mas tem mais alguns artigos sobre GiTS. Divirta-se!
Vida longa e próspera!
Victor Hugo
Valeu companheiro!
Não sabia que vc morava no Japão…!
Baixei Innocence outro dia, estou vendo devagar…, saboreando… Stand Alone Complex e 2nd Gig tá difícil…, os torrents não funcionam, parece que não têm feeds…, sei lá. Vou continuar procurando… Talvez vc possa colocar um link que funcione daí do Japão, depois é só achar uma legenda por aqui que combine.
Valeu Vitão, um prazer receber sua resposta tão prontamente.
Se precisar de alguma coisa daqui (sei lá o quê), pode falar.
Forte abraço, broder.
Valeu companheiro!
Não sabia que vc morava no Japão…!
Baixei Innocence outro dia, estou vendo devagar…, saboreando…; Ghost in the Shell 2.0, esse n~]ao sei se já baixei ou se já assisti. vou ver.
Stand Alone Complex e 2nd Gig tá difícil…, os torrents não funcionam, parece que não têm feeds…, sei lá. Vou continuar procurando… Talvez vc possa colocar um link que funcione daí do Japão, depois é só achar uma legenda por aqui que combine.
Valeu Vitão, um prazer receber sua resposta tão prontamente.
Se precisar de alguma coisa daqui (sei lá o quê), pode falar.
Forte abraço, broder.
Parabéns! Eu vi muitos textos criticando o filme de 95 de forma errônea, por não conhecerem a direção do Oshi. Criticando que o filme foi uma má adaptação, mas quem já viu obras dele como Angel Egg’s e Jin-Roh, sabe exatamente que o cara refaz a narrativa e conduz a história como sua própria.
Vamos lá: os filmes Ghost in the Shell e Innocence de Mamoru Oshii são obras à parte, adaptações da série em quadrinhos lançada aqui no Japão na década de 90. Na minha opinião, os filmes são superiores ao mangá pela densidade filosófica da coisa, o que falta um pouco na versão em quadrinhos, mais “masculinizada”, com mais “ação” e menos “discussão”.
Parabéns pela Review! Infelizmente alguns lugares que criticaram o filme de 95 apenas por ser uma ” má adaptação”. Provavelmente não conhecem a direção do Oshi, que é muito interpretativa e tem uma narrativa dele próprio, como mostrado em filmes dele como; Jin-Roh e Angel Egg’s
Está claramente no meu TOP 3 de Animes. Talvez seja o anime que mais assisti, pois não foram menos de 10 vezes. Além disso vi e tenho todos os outros filmes e séries.
O mais incrível é pensar como esse cara já imaginava esse mundo no início dos anos 90, quando ninguém tinha ideia dos recursos que uma internet poderia nos prover.
Excelente artigo.
Muito obrigado, Windson. Fico feliz em saber que curtiu. Talvez você ache legal visitar a nossa coluna Portão de Tannhauser, já que lá tem outros artigos relacionados.
Um abraço,
Victor Hugo
Olá Victor,
Adorei a análise, descobri Ghost In The Shell a pouco tempo mas me apaixonei!!!
É brilhante e dá pra ver com clareza que Matrix é quase uma cópia, até aquele emaranhado de números na tela…
Mas também vejo uma enorme influência de Blade Runner, porém acho que Ghost In The Shell enxerga além.
Gostaria de saber sua opinião sobre o filme live action que será lançado em 2017, vi o trailer e me empolguei!
Abraço!
Blade runner quando vi, devia ter uns 8 anos ou 10 anos, lembro do meu pai vendo comigo e me explicando… ADOREI!
Quando vi Ghost in the Shell, eu devia ter entre 12 a 15 anos (só sei que vi 1998 ou menos). Foi MUITO difícil de entender ao mesmo tempo, de tirar ao fôlego…
Depois Saiu Matrix, O qual vi em 2000 ou 2001, não lembro… Depois de ter passado por Ghost in the Shell, Matrix foi MUITO fácil de entender (digo isso, pq não entedia pq alguns amigos meus não entenderam o filme e apenas babaram com o pioneirismo daquele efeito visual que, claro, também babei).
Claro que tive que rever Ghost mais de uma vez pra entender…
Bom, só não curto essa onda de “Matrix que nada, é pq vc não viu Ghost, blablabla” Matrix tem sua genialidade sim. Ou “OMG, Matrix, o melhor! estamos numa matrix”
Minha única tristeza é: Não ter lido Neuromancer… (É muito bom? Tipo…Muito?)
Adorei o artigo, muito bom mesmo! Ghost in the Shell foi meu top anime e nunca saiu do top até hoje, desde a primeira vez que vi. Ah! Junto a Fullmetal alchemist, Evangelion, Code geass e death note (que eu DETESTEI o final…)
Fullmetal pra mim, tem uma genialidade camuflada em superpoderes e ação…
ps:No momento tô lendo a trilogia Fundação do Asimov (Meu ídolo das ficções que poderia ter mais filmes/remake…Um gênio) e, pegando uma pontinha de Asimov, bom… As pessoas falam Oh, Gibson gênio…Escreveu Neuromancer em 1984, Oh Ghost é de 1989 muito gênio, Oh my FUCKING GOD, MATRIX (pros mais entusiastas) mas Asimov me parece ser underated demais, I, robot foi publicado em 1950. Homem bicentenário, em 1976… Isso sim, pra mim, é um absurdo. hehehe