Será a introdução mais metalingüística que eu já fiz: antes de tudo, por que um blog? Bom, vamos por partes. Blog é uma abreviação de weblog, um espaço bastante pessoal em que as pessoas discutem não só o que fizeram durante o seu dia como também arte, música, cinema, política e por aí vai. E lá vamos nós…
Sempre fiquei assustado com o simples diário. Existem pessoas em todo o mundo que anotam em um diário pessoal os feitos do dia, como se colocar os pensamentos e eventos do dia em uma folha de papel ajudasse a acalmar o turbilhão de pensamentos e insights dos nossos cérebros. Incrível, nunca entendi, nunca entendi mesmo. Nestes diários as pessoas se dedicam a expor seus pensamentos mais íntimos para um amigo de papel, pensamentos que nem sempre são revelados aos melhores amigos. Aí o ano acaba e o diário ou vai pra uma caixa pra dentro de um armário ou é jogado fora. Nunca entendi.
O blog é mais assustador ainda: é um desses diários que você publica pra todo mundo, literalmente todo mundo. Como é publicado na internet, qualquer pessoa em qualquer lugar do planeta pode abrir o seu blog em algum computador e conhecer alguns dos seus pensamentos, perturbador. Provavelmente muitas pessoas lerão sobre outras pessoas e, detalhe, umas nem sempre conhecem pessoalmente as outras. Maldita sociabilidade virtual ou novos rumos e maneiras de nos comunicarmos com os outros? Vai saber…
Já aviso desde muito cedo que sempre fui bastante resistente à idéia de criar um blog, resquício da idéia de ter uma antiga “home page pessoal”. Sinceramente eu acredito que de todas as coisas que fiz durante o dia, provavelmente apenas uma – e com sorte – valeria a pena de ser contada, como toda pessoa comum.
Também sou resistente à idéia de “filosofia de internet”: a todo momento qualquer pessoa pode postar (é, descobri que é assim que eles falam por aqui) alguma máxima duvidosa sobre o comportamento humano, muitas vezes embasados em… nada! “O sentido da vida”, “a arte de amar”, “quem somos nós”, essas coisas me irritam bastante (e ainda me lembrem de comentar sobre o filme de mesmo nome)… a Filosofia está tentando descobrir as respostas para estas perguntas há mais de 3.000 anos e até agora não encontramos respostas satisfatórias, me fazendo acreditar que tais respostas não serão encontradas com facilidade na internet (nem em um filme de objetivos no mínimo duvidosos)!
Apenas tentarei discutir aqui um pouco de cinema, literatura, quadrinhos, qualquer coisa desses gêneros, arriscar alguns contos e/ou crônicas. Ah, provavelmente gastei muito tempo soltando o que considero “pensamentos soltos”, então tentem compreender às vezes a falta de lógica nos assuntos abordados aqui, ainda mais na estrutura de um blog: simplesmente não é possível organizar e colocar em caixinhas todos os pensamentos que a gente têm durante o dia! Ah, bem, você entendeu. Prazer, rs.
Victor Hugo
Apesar de não concordar com, sei lá, 90% do que vc escreveu (e, tendo em vista seus posts posteriores, não sei nem se vc concorda COMPLETAMENTE consigo próprio, rs), ADOREI a maneira como vc escreve.
O prazer é meu.